Deus do céu, como é dura a vida adulta, principalmente quando você parece ser o último da sua espécie.
- Frida, quando você aparecer eu vou te dizer umas verdades, você não está cansada de saber que eu sou pontual e odeio esperar?
Os meninos na porta do banheiro me olhavam com aquele ar de censura moralista típico da juventude, deviam pensar que eu era um pastor, ali disfarçado para captar almas para o reino dos céus (não, eles não conhecem a minha reputação). Entretanto, logo me ignoraram e passaram a sacar suas calculadoras e computar o êxito noturno, se assemelhando mais a operadores do mercado financeiro na incansável busca pela maior margem de lucro possível. Como eu nunca apliquei na bolsa, achei melhor entrar logo no banheiro e desaparecer dali.
Ahhh, nada como aliviar os rins...ou seriam os ouvidos?
- Frida, quando você aparecer eu vou te dizer umas verdades, você não está cansada de saber que eu sou pontual e odeio esperar?
Os meninos na porta do banheiro me olhavam com aquele ar de censura moralista típico da juventude, deviam pensar que eu era um pastor, ali disfarçado para captar almas para o reino dos céus (não, eles não conhecem a minha reputação). Entretanto, logo me ignoraram e passaram a sacar suas calculadoras e computar o êxito noturno, se assemelhando mais a operadores do mercado financeiro na incansável busca pela maior margem de lucro possível. Como eu nunca apliquei na bolsa, achei melhor entrar logo no banheiro e desaparecer dali.
Ahhh, nada como aliviar os rins...ou seriam os ouvidos?
1, 2, 3, de volta à pista de dança! Já meio mais para lá do que para cá mais ainda assim em condições de evoluir e mostrar toda a minha habilidade como dançarino. Normalmente as pessoas ao me verem dançando têm a sensação de que estou procurando as minhas lentes de contato no chão, fazer o que, né? Cada um evolui como pode, além do mais eu aprendi a dançar com o Morrissey, o que você poderia esperar?
Quando estava prestes a dar um show, fui salvo por uma silhueta que se descortinava por trás do facho de luz, que, por sinal, vinha direto nos meus olhos. Mas o que é isso, será a branca de neve? Claro que não, é ela, sim, é Frida em um dos seus disfarces, me oferecendo um mar de fantasias e possibilidades (embora nessas circunstâncias isso implique em ser o Dunga, o Zangado ou o Atchim).
Cruzei a pista e me aproximei da beldade, possivelmente a verdadeira e única diva no apocalipse. Cabelos negros curtos, tipo Chanel, pescoço longo (que nuca!), pele branca, tatuagens visíveis mas não identificáveis e sim, tinha mesmo um look a la branca de neve. Muito estilosa.
Nessas horas uma outra frase me vem à cabeça e não é a do título acima; é batida, é manjada, é gringa, mas é sensacional. Se você não me conhece imagine a cena: man in black, copo na mão, estabelecendo contato visual, se aproximando fazendo pose com aquele sorriso maroto, sacudindo a cabeça levemente e dizendo: - How you doin’? (se você me conhece...bem, deixa pra lá).
Exato meus caros, Joey Tribbiani é o modelo a ser seguido nessas horas, ora, claro que ele é o meu herói. Entretanto, quando eu já havia dado o primeiro passo e os músculos faciais já se contraíam para iluminar minha cara com o famoso sorriso “Joey”, vejo a branca de neve alemã, a “wannabe” Frida, olhar para trás e jogar um beijo para o DJ. Raios, com mil demônios! Maldita falta de sorte, meus olhos míopes me traíram! Essa noite está pior que uma ópera de Wagner cantada em espanhol.
Realmente, minutos depois e acabado o set do topetudo DJ, os dois deixaram a pista abraçados como pombinhos e eu fiquei na mão entre adolescentes barulhentos, chatos e mal vestidos, e com o set seguinte sendo exatamente o oposto do primeiro. Marilyn gritava histérico – the beautiful people, the beautiful people! E eu olhava, olhava e não via nada. Só faltou trocar o Gim Tônica por uma Sukita para o quadro ficar completo.
Aproveitei que estava tudo escuro e saí pela direita, ou isso tentei fazer, enquanto cambaleava e xingava todos os contos infantis que envolvam anões e topetes com o meu vasto repertório de injúrias Germânicas.
Chegar em casa nunca foi tão bom. Agora, duro mesmo foi encontrar a porcaria do interruptor para chegar até o quarto sem ir dando topadas pelo meio do caminho. Apelei, insisti, mas Jesus não estava ali para dar uma forçinha, e no dia seguinte tive que me virar entre as boas recordações da noite anterior, uma ressaca daquelas e um galo que ainda insiste em se fazer notar na minha cabeça.
Quando estava prestes a dar um show, fui salvo por uma silhueta que se descortinava por trás do facho de luz, que, por sinal, vinha direto nos meus olhos. Mas o que é isso, será a branca de neve? Claro que não, é ela, sim, é Frida em um dos seus disfarces, me oferecendo um mar de fantasias e possibilidades (embora nessas circunstâncias isso implique em ser o Dunga, o Zangado ou o Atchim).
Cruzei a pista e me aproximei da beldade, possivelmente a verdadeira e única diva no apocalipse. Cabelos negros curtos, tipo Chanel, pescoço longo (que nuca!), pele branca, tatuagens visíveis mas não identificáveis e sim, tinha mesmo um look a la branca de neve. Muito estilosa.
Nessas horas uma outra frase me vem à cabeça e não é a do título acima; é batida, é manjada, é gringa, mas é sensacional. Se você não me conhece imagine a cena: man in black, copo na mão, estabelecendo contato visual, se aproximando fazendo pose com aquele sorriso maroto, sacudindo a cabeça levemente e dizendo: - How you doin’? (se você me conhece...bem, deixa pra lá).
Exato meus caros, Joey Tribbiani é o modelo a ser seguido nessas horas, ora, claro que ele é o meu herói. Entretanto, quando eu já havia dado o primeiro passo e os músculos faciais já se contraíam para iluminar minha cara com o famoso sorriso “Joey”, vejo a branca de neve alemã, a “wannabe” Frida, olhar para trás e jogar um beijo para o DJ. Raios, com mil demônios! Maldita falta de sorte, meus olhos míopes me traíram! Essa noite está pior que uma ópera de Wagner cantada em espanhol.
Realmente, minutos depois e acabado o set do topetudo DJ, os dois deixaram a pista abraçados como pombinhos e eu fiquei na mão entre adolescentes barulhentos, chatos e mal vestidos, e com o set seguinte sendo exatamente o oposto do primeiro. Marilyn gritava histérico – the beautiful people, the beautiful people! E eu olhava, olhava e não via nada. Só faltou trocar o Gim Tônica por uma Sukita para o quadro ficar completo.
Aproveitei que estava tudo escuro e saí pela direita, ou isso tentei fazer, enquanto cambaleava e xingava todos os contos infantis que envolvam anões e topetes com o meu vasto repertório de injúrias Germânicas.
Chegar em casa nunca foi tão bom. Agora, duro mesmo foi encontrar a porcaria do interruptor para chegar até o quarto sem ir dando topadas pelo meio do caminho. Apelei, insisti, mas Jesus não estava ali para dar uma forçinha, e no dia seguinte tive que me virar entre as boas recordações da noite anterior, uma ressaca daquelas e um galo que ainda insiste em se fazer notar na minha cabeça.
2 comentários:
hahaha
finalmente tive oportunidade de voltar para a segunda parte - e fui recompensado.
dei boas risadas, caro azulzinho; nada como a auto-ironia, não é mesmo? coisa de quem se garante... :D
Hay que reirse compadrito, hay que reirse siempre.
Beijo ;)
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