quarta-feira, 10 de junho de 2009

Analfabetos emocionais

“O desejo de vingança é o mais comum nos seres humanos e, quando se passa a executar a vingança, se dá a escalada da violência. Isto pode acontecer com qualquer um. Existe todo tipo de vingança, mesmo as mais sutis”

Na maioria das escolas ao redor do mundo, as crianças aprendem a somar e a subtrair; a ler e a escrever; a competir e sobressair, mas não aprendem a amar, a perdoar ou a ter compaixão pelos demais.

Para o padre colombiano Leonel Narváez, este analfabeto funcional em que se converteu o ser humano é, em grande medida, o responsável pelos ciclos de ressentimento e violência em que vivem imersas diversas sociedades. Narváez é um dos criadores da Fundação para a Reconciliação, cuja sede fica em Bogotá.

Através de sua experiência com comunidades colombianas, quenianas e de outras latitudes, e com a ajuda de especialistas interdisciplinares das universidades de Wisconsin, Harvard e Cambridge, o teólogo e sociólogo criou as Escolas do Perdão, hoje espalhadas pelo mundo e ganhadoras do Prêmio da Paz da Unesco.

Em outubro será realizado o encontro internacional das Escolas do Perdão, em um antigo forte militar na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro. Ali, onde ainda permanecem canhões de guerra, 150 pessoas se reunirão para compartilhar suas experiências na pedagogia da compaixão, que busca solucionar o problema do analfabetismo emocional que, segundo Narváez, é uma das principais causas da violência no mundo.

Publicado originalmente: http://www.comunidadesegura.org/

4 comentários:

Babado e Gritaria! disse...

budistas de são paulo coordenam um movimento semelhante em escolas públicas sobre a não violência. todo movimento nesse sentido é importante, mas é muito necessário saber que não há como estancar o revide e o crescimento da violência quando essas crianças não são respeitadas pelas famílias, pelo governo e pela sociedade. existe o perigo do movimento de não-violência pender para o conservadorismo, para a resignação. há de se haver paz e perdão, mas há de se haver também confronto. como essas duas forças serão administradas é o segredo do sucesso ou do fracasso.

bloke in blue disse...

assino embaixo. é preciso educação e logo dignidade.

Babado e Gritaria! disse...

o paralelo da falta de afeição com o analfabetismo talvez não seja ideal: não se pode aprender a amar sem ter recebido amor ou respeito; então não é uma coisa que se aprende com doutrina, mas sim com uma dinâmica de longo prazo que inclui família saudável, estrutura sócio-educacional, etc.

bloke in blue disse...

eu me referia à educação lato sensu.

 

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