quarta-feira, 2 de setembro de 2009

pega ele aí


Luiz Caldas, pai da axé music, lança dez discos de uma só vez, entre eles um de rock pesado

Luiz Caldas já deve ter sido amaldiçoado por muito metaleiro radical por conta de sua invenção mais conhecida e duradoura, a axé music. Mas o que diriam esses cabeludos xiitas diante da "Maldição" que está na página do cantor no MySpace ?

"Bolas de fogo, maldades da imaginação!", brada Caldas, com uma voz gutural capaz de fazer qualquer roqueiro emo borrar a maquiagem.

- É o meu heavy metalzinho - explica, com simplicidade.

"Maldição", com seus riffs pesados e solo virtuosístico de guitarra, é uma das 130 (!!) músicas lançadas por Caldas este ano, dentro de seu plano de criar um catálogo musical pessoal e sem limites. Ele dividiu as tais 130 faixas em dez discos, cada um com estilo próprio. Caldas lançou álbuns de música instrumental, samba, forró, frevo, o indefectível axé, um todo cantado em tupi ("minha homenagem aos povos indígenas") e outro "super popular". MPB foi o único estilo que ganhou dois discos. O de rock, mais puxado para o hard rock setentista, foi batizado "Castelo de gelo".

- Sou mais conhecido pela axé music, que já vai fazer 25 anos, mas não tenho a menor necessidade de ficar preso a uma coisa só. Fica até chato - explica o cantor.

- Vou fazer 50 anos, não tenho essa frescura de ir atrás de 15 minutos de fama - desdenha. - Mas eu adoro esse tipo de susto que meu nome causa. Toquei axé no (programa do) Silvio Santos com uma camisa do (grupo de thrash metal) Kreator, os metaleiros não entenderam nada - ri o artista.

O cantor, que é multiinstrumentista, explica a sua nova proposta. Que de nova não tem nada.

- Eu estou é voltando às minhas origens. Dos 7 aos 16 anos eu me formei em bandas de baile, tocando desde Led Zeppelin e The Who a Wando e Agepê. Para mim não importa se é rock, jazz ou axé. Eu gosto de música e ponto - resume.
Com a mesma naturalidade, ele percorre o circuito de axé no Carnaval, faz a rota do forró nas festas juninas, tem uma apresentação marcada para um festival de jazz na Praia do Forte, na Bahia, e pode fazer um concerto de violão clássico num teatro a qualquer momento.

- Tudo o que faço é verdadeiro. Ali foi tudo feito à vera, com baixo, guitarra, bateria e atitude - avisa o autor de "Mississipi", dos versos "Não tenho culpa nem cara de réu / Vá pro inferno que eu vou pro céu". Curto e grosso, como todo bom roqueiro.

9 comentários:

Nicolau disse...

Inacreditável. Lembrou aquele comercial em que uma banda de heavy metal começava a tocar bossa-nova.

Depois me empresta o CD.

Abraços

Não, não tenho blog disse...

Hummm... Led Zeppelin e Agepê não podia dar boa coisa.
Beijos, saudades

bloke in blue disse...

Nicolau, o Cd não, os Cds. Não creio que os compre, tenho simpatia pelo remelexo do Luis mas o meu gosto é demasiado popular par isso.

abs.

Não, não:

tem razão rrss.

Adorei o telefonema. Vamos nos ver nesse fim de semana ou o que?

beijos.

Babado e Gritaria! disse...

não sei se eu curtiria algum álbum dele, mas achei digno!

Não, não tenho blog disse...

Não sei se repararam, mas ele não fez cd de valsa nem de funk. Que cara mais preconceituoso...
Convite já aceito.

"Digno" foi muito bom, Jojo!!

bloke in blue disse...

Luis Caldas é um exemplo de versatilismo (versatilidade+ecletismo), bahianidade, dignância (dignidade+elegância) e deveria ser exemplo para todos os artistas nacionais. Afff!

BR mire-se nesse exemplo! (na produção, não no ato de passar batom)

missbutcher disse...

putz, depois de tantos elogios - versatilismo, digância - fiquei até tímida em perguntar onde a gente jogava a bomba...

missbutcher disse...

Ah, enquanto escrevia o comentário vieram os seguintes versos:

"o dia se arrasta, mas é ligeiro
e a porra do bar vai fechar
e a porra do bar vai fechar"

Vocês têm certeza de que não querem jogar a bomba??

bloke in blue disse...

adorei a música, tenho certeza de que na voz do chanteur Luis Caldas iria para o top 10 :)

...especialmente com a adição dos versos...

não se avexe não mainha,
vamo simbora vadiar,
venha ligeiro neguinha
que se não tem da branquinha
no mel dos teus lábios eu quero me deliciar

que venha o album de chansonniers!

 

View My Stats