sexta-feira, 6 de novembro de 2009

frase lapidar

“O Rio de Janeiro não é violento”

Foi essa a brilhante conclusão externada pelo nosso secretario de segurança publica, José Mariano Beltrame, ao discursar ontem para a Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados.

Entre essa e outras afirmações lamentáveis (incluindo a de que nossos índices de criminalidade são comparáveis aos da Europa), Beltrame cria o perigoso precedente de que a coisa não é tão grave assim quando é gravíssima, de que o cidadão comum pode trafegar livremente pela sua cidade quando na verdade o carioca médio está cada vez mais acuado, amedrontado e refém da péssima política de segurança pública que tem sido executada nos últimos 30 anos nesta cidade e que tem combatido a questão da violência de forma paliativa.

Muito mais do que uma frase infeliz, a declaração de Beltrame beira a irresponsabilidade, especialmente considerando-se a sua posição como encarregado pela implementação de políticas de segurança publica que nos devolvam a ordem e os episódios recentes que temos vivenciado e que se repetem uma e outra vez para nos lembrar que a realidade da cidade vai na direção contraria a do seu pronunciamento.

Vale a pena a leitura do assombroso artigo do
Guardian, que na sua edição de ontem identifica um novo tipo criminoso, a do traficante crente.

"the contact between evangelical preachers and Rio's gang members is spawning a new generation of evangelical traffickers – men who paint their communities with passages from the Bible and tattoo psalms on their bodies"

E é assim, com pesar, que encerramos os trabalhos da semana.

alea jacta est

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