algumas coisas continuam a ser novidades para mim nesta minha cidade ensolarada (que hoje, graças ao bom deus está nublada e fria, viva!) e foi assim que nem hesitei quando um caro amigo que aniversaria essa semana, que é parceiro de forno e fogão e que eu não vou dizer quem é, me convidou para irmos até a cadeg para comprarmos bacalhau com vistas a prepará-lo por ocasião do seu aniversário.
a cadeg - centro de abastecimento do estado da guanabara é o seguinte, misto de mercado receptor de mercadorias direto dos produtores e pólo da baixa gastronomia carioca com um pé na comunidade portuguesa.
sediada no simpático bairro de benfica, na zona norte da cidade, a cadeg provou ser realmente um excelente programa matinal de sábado. primeiro porque eu adoro um mercado, segundo porque realmente tem um certo charme decadente que também merece a minha aprovação e terceiro porque tudo é muito barato e a comida parece ser de primeira.
como assim parece ser de primeira? você, um glutão assumido, um gourmand celebrado foi lá e não caiu na tentação de provar uma iguaria local?
olha, eu bem que tentei, mas o safardana do alcimar não deixou-me. explico-me.
chegamos e demos um giro pelo mercado, apreciando as vendas locais, nos espantando com os preços (ah, pobres garotos da zona sul) e tomando um vinho chileno absolutamente tragável (a garrafa? r$ 8,00), até que vislumbramos o recanto da comunidade portuguesa, um amontoado de mesas sob a bandeira lusa, gente em profusão e a perspectiva de uma cerveja gelada e acepipes mil.
realmente incrível a força da comunidade portuguesa por lá, lembrou-me alguns recantos que conheci lá por portugal, especialmente de silves no algarve. gente simples a celebrar as suas raízes e a divertir-se como convém numa manhã de sábado.
o ponto alto foram os amigos do alto mouro que com suas sanfonas e castanholas alegraram a ocasião cantando hits que incluíam frases românticas e poderosas como: “ai como eu gosto de mamaire nos peitos da cabritinha” e “os olhos do meu amoure são duas azeitoninhas”. singelo pacas.
o apresentador bradava: - e com vocês senhoras e senhores, botaando pra quebrarrrr nesta manhã festiva, os amigos do alto mouro!!
e nós ali, nos deliciando com as danças, com o arroubo e virilidade da performance dos veteranos lusitanos. era assim, como dizê-lo, algo similar a al pacino em perfume de mulher transposto para trás-os-montes, imperdível.
ou seja, o clima era magnífico, eu segurando o meu amigo que estava louco para ir dançar, dizendo: - deixa disso rapaz, você é um homem casado! mas meu amigo é assim, não pode ver um mimoso bucinho que se derrete todo, especialmente se a rapariga for experiente (como era o caso de todas ali).
pois bem, sentados à mesa, com 3 putos sedentos e famintos e nada do garçom nos atender. quando o fez, deveria ter desconfiado do nome. alcimar? não podia dar certo.
- mãaaaae, quero coca-cola. - mãaaeee estou com dor de cabeça. – não, eu não quero dançar.
nada do alcimar se compadecer da nossa aflição, as coca-colas simplesmente não chegavam, éramos solenemente ignorados pelo rotundo alcimar. os bolinhos de bacalhau? creio que a matéria prima estava sendo pescada na hora em algum lugar do mar do norte. conseguimos a muito custo comer umas sardinhas que estavam mesmo ruins e sem tempero e acabamos saindo na marra, quase batendo no alcimar para que recebesse a conta.
no fim, aplaquei a fome numa tendinha de doces portugueses, e aproveitei para comprar barrigas de freira, tortinhas de amêndoa e pasteis de belém para levar para o meu amoure, cujos olhos são mesmo duas azeitoninhas.
de qualquer forma, foi uma experiência muito agradável e eu tentarei fazer nova incursão, dessa vez chegando mais cedo, sem crianças e fugindo do alcimar...porque o que eu quero mesmo...é botar pra quebrar!
a cadeg - centro de abastecimento do estado da guanabara é o seguinte, misto de mercado receptor de mercadorias direto dos produtores e pólo da baixa gastronomia carioca com um pé na comunidade portuguesa.
sediada no simpático bairro de benfica, na zona norte da cidade, a cadeg provou ser realmente um excelente programa matinal de sábado. primeiro porque eu adoro um mercado, segundo porque realmente tem um certo charme decadente que também merece a minha aprovação e terceiro porque tudo é muito barato e a comida parece ser de primeira.
como assim parece ser de primeira? você, um glutão assumido, um gourmand celebrado foi lá e não caiu na tentação de provar uma iguaria local?
olha, eu bem que tentei, mas o safardana do alcimar não deixou-me. explico-me.
chegamos e demos um giro pelo mercado, apreciando as vendas locais, nos espantando com os preços (ah, pobres garotos da zona sul) e tomando um vinho chileno absolutamente tragável (a garrafa? r$ 8,00), até que vislumbramos o recanto da comunidade portuguesa, um amontoado de mesas sob a bandeira lusa, gente em profusão e a perspectiva de uma cerveja gelada e acepipes mil.
realmente incrível a força da comunidade portuguesa por lá, lembrou-me alguns recantos que conheci lá por portugal, especialmente de silves no algarve. gente simples a celebrar as suas raízes e a divertir-se como convém numa manhã de sábado.
o ponto alto foram os amigos do alto mouro que com suas sanfonas e castanholas alegraram a ocasião cantando hits que incluíam frases românticas e poderosas como: “ai como eu gosto de mamaire nos peitos da cabritinha” e “os olhos do meu amoure são duas azeitoninhas”. singelo pacas.
o apresentador bradava: - e com vocês senhoras e senhores, botaando pra quebrarrrr nesta manhã festiva, os amigos do alto mouro!!
e nós ali, nos deliciando com as danças, com o arroubo e virilidade da performance dos veteranos lusitanos. era assim, como dizê-lo, algo similar a al pacino em perfume de mulher transposto para trás-os-montes, imperdível.
ou seja, o clima era magnífico, eu segurando o meu amigo que estava louco para ir dançar, dizendo: - deixa disso rapaz, você é um homem casado! mas meu amigo é assim, não pode ver um mimoso bucinho que se derrete todo, especialmente se a rapariga for experiente (como era o caso de todas ali).
pois bem, sentados à mesa, com 3 putos sedentos e famintos e nada do garçom nos atender. quando o fez, deveria ter desconfiado do nome. alcimar? não podia dar certo.
- mãaaaae, quero coca-cola. - mãaaeee estou com dor de cabeça. – não, eu não quero dançar.
nada do alcimar se compadecer da nossa aflição, as coca-colas simplesmente não chegavam, éramos solenemente ignorados pelo rotundo alcimar. os bolinhos de bacalhau? creio que a matéria prima estava sendo pescada na hora em algum lugar do mar do norte. conseguimos a muito custo comer umas sardinhas que estavam mesmo ruins e sem tempero e acabamos saindo na marra, quase batendo no alcimar para que recebesse a conta.
no fim, aplaquei a fome numa tendinha de doces portugueses, e aproveitei para comprar barrigas de freira, tortinhas de amêndoa e pasteis de belém para levar para o meu amoure, cujos olhos são mesmo duas azeitoninhas.
de qualquer forma, foi uma experiência muito agradável e eu tentarei fazer nova incursão, dessa vez chegando mais cedo, sem crianças e fugindo do alcimar...porque o que eu quero mesmo...é botar pra quebrar!
12 comentários:
da próxima vou junto! ;***
melhor companhia impossível.
beijos.
Buááááááá´... também quero!!!
Beijo
PS: Olha, eu não tenho bucinho não, tá??
A propósito, o texto é delicioso.
querida não, não, na próxima vamos botar pra quebrar juntos, com barrigão e tudo. ;)
beijos.
E quem sabe seu amigo aniversariante não chama o Alcimar para ajudar a servir o bacalhau de aniversário ??
Agora, sim, o programa foi curiosíssimo. Foi exatamente assim. Sem contar uma das crianças que ficava gritando "vascoooo !!!"
Excelente.
Abraços
Deus me livre e guarde, eu tenho imenso apreço por esse meu amigo (não insista, eu não falo o nome) e quero que essa festa seja um sucesso. Até porque serei um dos que vai botar a mão na massa, digo, no bacalhau e não quero ter trabalho a toa.
Esse negócio de criança gritando vasco é lavagem cerebral das mais torpes, mas, no fim, o mal há de padecer e esses pais terão que se entender com Deus nosso senhor que, como todos sabem, além de Brasileiro é flamenguista.
Abraços.
epa, me tira dessa, mr blue!
eu tava lá, aturei alcimar, passei fome, aturei rebentos reclamantes, mas o idéia do vasco não é minha, não! sou botafoguense!
e o bacalhau que nos espere!
ou sair daqui agora e vou na fauchon!
(oh, boy, como eu vou apanhar quando chegar aí...)
ana k:
tá certo, tá certo eu perdôo a estrela solitária, se bem que há um que de inércia na conduta materna ;)
eu sei bem como um certo amigo meu pode ser histérico com esse negócio de futebol. O herege até se recusou a apertar a mão do Zico na infância. Que Deus tenha misericórida da sua alma.
Beijos e que venha o bacalhau.
miss butcher:
favor ser mais explícita.
Beijos.
http://www.fauchon.com/fr/fr/
miss butcher:
vai gozando vai, quando você chegar vai ter que comer churrasquinho de gato comigo, na saída do maraca. rrss.
bisoux
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